segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Os Incompreendidos - François Truffaut

Este filme de François Truffaut, conta a história de Antoine Doinel (interpretado por Jean-Pierre Léaud), personagem considerada alter ego do próprio diretor. Antoine é um garoto de aproximadamente doze anos que mora com seu padrasto e com sua mãe. O padrasto é hora gentil e brincalhão, hora severo e ríspido. A mãe está cansada do seu filho, e o trata com descaso. Na escola, lhe faltam estímulos. O professor, com seus métodos “medievais”, apenas incentiva o comportamento de Antoine: disperso e irresponsável.

Doinel passa a faltar às aulas para ir ao cinema e se divertir com um amigo de escola. Com as desavenças familiares e com a pouca orientação vinda de casa, ele decide morar sozinho e começa a cometer pequenos furtos para conseguir sobreviver. Quando a polícia o encontra e o entrega para a mãe, esta diz que ele não a interessa mais. Antoine é criminalizado pela mãe, padrasto e professores (daí retira-se a explicação do título), quando na verdade deveria ser entendido como conseqüência de uma educação deficiente e receber toda a ajuda possível da família e da escola. Ele não era criminoso, e sim incompreendido.

Os problemas familiares e a falta de apoio da escola geraram confusões e incertezas na cabeça do menino, que se manifestaram na rebeldia e nos furtos.

O padrasto decide mandar Doinel para o “Centro de Observação de Menores Delinqüentes”, onde teoricamente seria “corrigido”. Então ele se depara com centenas de jovens que, assim como ele, estavam ali por incompreensão.

Na cena final do filme, Antoine consegue fugir por um buraco numa grade e corre desesperadamente. Depois de muito correr, ele chega ao mar, amplo, simbolizando a liberdade. Nessa hora sentimos que o garoto encontrou, por mérito próprio, o caminho que não havia recebido dos pais. Mas olha de um lado para o outro, mostrando que está perdido diante das novas possibilidades da vida. O filme termina com Doinel olhando para a câmera, como quem pergunta para o espectador: o que eu faço agora?



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