domingo, 24 de janeiro de 2010

Outra pequena nota: "Gata em Teto de Zinco Quente"


Adaptado de uma peça de teatro de Tennessee Williams, este é, definitivamente, um grande filme. Chama-nos a atenção por muitas coisas: por não ser um pastelão romântico norte-americano (já que foi feito na época em que os grandes e românticos clássicos-clichês estadunidenses estavam em voga), pelas excepcionais atuações, pelos diálogos muito bem escritos e por uma certa ousadia.

O filme não tem, propriamente, uma fotografia extraordinária, tampouco uma trilha sonora digna de atenção, mas o diretor (Richard Brooks) conseguiu fazer do que dispunha, algo que marcou sua época.

Apesar de ter momentos ligeiramente piegas, a película nos surpreende por tratar, já naquela época (1958), de temas considerados polêmicos na sociedade. No caso, temos a atração homossexual, furtiva e secreta entre o protagonista (Brick) e seu melhor amigo. Mesmo que esse fato não esteja evidenciado no filme, as citações o deixam claro nas entrelinhas.

No mais, é um filme sobre o comportamento da nossa espécie diante das mentiras que nos cercam durante toda a nossa vida. É oportuno para refletirmos sobre as nossas relações familiares, nossos preconceitos e sobre o que é viver de verdade.



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